sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Escuto teu silêncio

Vejo em seu sorriso
A abstração de sua alma
Imagino minhas palavras
Na fonte doce de sua boca
E ao escutá-las
Entendo o que digo eu

A vida em que vivemos
Faz-nos viver de exageros
Assusta-nos em seus mistérios

Percebo agora
Que escrevo eu estes versos
Escutando canção italiana

Falo pouco, sou estranho
Sara o vento
Sara o tempo
Sara o fogo
Só sei que te amo
Diz a canção

Como podemos ser
De poucas palavras?
Não construir
A divina obra
Que é o mundo ?
Feito de palavras
Palavras sopro
Palavras barro
Palavras beijo
Colocar-se mudo diante
Dos mistérios da vida?

Quis te dar um beijo
Escutar o que diz sua fonte
De eterna sabedoria

Mas fiquei contente
Com as palavras
Ditas pelos seus olhos

Colocaram em mim
Um cenário mais cheio
De pássaros e borboletas
Cheiro de flor

E se minhas palavras é exagero
Digo que de exagero já feita
Toda a nossa vida de Deus
Não posso ser, por isso
Discreto, triste
Lâmpada de 40 watts
Sou luz do sol
Exagerada, feliz

Ela me faz ver
Ver em seu sorriso
As águas de sua fonte
A música de sua alma

Escuto o que diz
Diz a valsa
Da italiana mais linda
Que conheço
A única

E danço sem parar
De mãos dadas
Com seu corpo
Feito de barro
Que se desmancha
Na pele do meu mar

E coloca nele peixe e vida
E musica
Ondas de lindas palavras

Com as areias de minha praia
Suas águas me fazem pérolas

E abraço seu mar
E me sinto grande
E alcanço o mundo

E abraço seu mar
E me afogo na sua fonte

Mergulho na pureza
Dos seus olhos

Ponho-me em silencio
Escuto seus mistérios
Escuto seu silencio

Nenhum comentário: