quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

o vinho que tomei ontem
algo que ver com um uruguay esquecido
com os amigos quase que novos
quase muito antigos
um depeche mode tanguito
e nomes de hijos niños em papel de limpar a boca

eu
buscando ser sempre o que sei que sou
puto por não divertir-me com minha presença
como um velho vinho uruguayo esquecido
querendo ser relembrado
revivido
reconhecido
não pelo que fala e faz
e muito além do que é
escondo o que sinto ao te ver
entre o que escondo
está o desejo de te tocar
com tudo que sou

e não consego ser mais que palavritas bobas
pois escrever minha mão nos seus seios
e seu cheiro na minha boca
esconde mais ainda o que sou quando quero além de querer te ver
da pele tiro de tudo o que sei que não me pertence
de tudo que esta indo
de tudo que ja não é mais e nunca será

da pele sei que não tenho mais
e cada dia menos mais dela

das unhas que crescem por elas mesmas
como que vivas
ainda vivas
dos olhos que ainda piscam
da saliva que adoça a boca

e paro para não me sentir em meu corpo
um corpo que nasceu se despendindo de mim
envolvido por ele mesmo
corpo
que sustendo e insisto dar vida

me diz que tenho fim
quando nele me identifico e me apego

quarta-feira, 21 de julho de 2010

olho para a data de hoje
é mais bonita que a de ontem
soa melhor
e a de amanha não será diferente

ao contrário de nossas peles
os dias não morrem
não crescem para baixo
mas eternamente se expandem
para uma novidade

são eternos e por assim dizer
simples
e sempre
bonitos

mais bonitos e novos a cada dia que em si vão passando
vão se movendo
e crescendo
em direção a si mesmos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

De manhã sou todo para eles:
Meus sentimentos.
De manhã sozinho e perdido
Por entre os caminhos que me conduzem
Meu mais sincero travesseiro
Que depois de absorver meus sonhos
Sozinhos e perdidos
Indecifráveis por ele
Carrega pesados os meus sentimentos

Não quero mais pela manhã
Viver para meu travesseiro
Inútil peça que veste de mim
O que não sei
O que a noite mostra
E o que a manhã nunca revela
Principalmente
Quando me sinto perdido
Em busca de mim mesmo

Óh! de mim mesmo
Eterno eu perdido de mim mesmo
Por isso meu amigo travesseiro
Não me acorda
Pois sabe que sem mim
Não posso ser nem pela manhã
Nem pela tarde
Alguém

E por isso continuo a dizer
Boa dia a boa tarde.