quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

o vinho que tomei ontem
algo que ver com um uruguay esquecido
com os amigos quase que novos
quase muito antigos
um depeche mode tanguito
e nomes de hijos niños em papel de limpar a boca

eu
buscando ser sempre o que sei que sou
puto por não divertir-me com minha presença
como um velho vinho uruguayo esquecido
querendo ser relembrado
revivido
reconhecido
não pelo que fala e faz
e muito além do que é
escondo o que sinto ao te ver
entre o que escondo
está o desejo de te tocar
com tudo que sou

e não consego ser mais que palavritas bobas
pois escrever minha mão nos seus seios
e seu cheiro na minha boca
esconde mais ainda o que sou quando quero além de querer te ver
da pele tiro de tudo o que sei que não me pertence
de tudo que esta indo
de tudo que ja não é mais e nunca será

da pele sei que não tenho mais
e cada dia menos mais dela

das unhas que crescem por elas mesmas
como que vivas
ainda vivas
dos olhos que ainda piscam
da saliva que adoça a boca

e paro para não me sentir em meu corpo
um corpo que nasceu se despendindo de mim
envolvido por ele mesmo
corpo
que sustendo e insisto dar vida

me diz que tenho fim
quando nele me identifico e me apego