segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Ar verde

No meu coração
Imenso ar verde
Que me leva

Fina veia pura
Rio desenhado
Rasga pele minha
Em superfície lisa e mansa

Filtra minha brisa solta
Na casca seca
De folha seda

E fica parada
Somente parada
Assim.....
Escuta.....

Faz meu pulmão
Imenso ar verde
E me leva

Pela mata azul
Em rio peixe
Pele virgem
Urucum

Sou pelado em ti
Tão silencioso
De tão pelado

No verde me camuflo
No verde te escuto
No verde me transpordo
Na sua pele

Na chuva que chora
Bebo seu canto
Choro seu espanto

Sou ar quente pesado
No pouso lento dos galhos
Teus cabelos
Teus cílios teus rastros

No seu grito
No seu mistério
Sou essa estrofe:






Pelado como pele de índio
Quieto como alma de índio

Awa'ré awañene kaá uapixana
Abanheém kaburé mbaekwara
iwa ku'ika ape'kü wapixana
Kaa'pora tiyug xuatê yasaí

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